Há 34 dias Andrea Dovizioso nem sequer tinha rodado com a nova Ducati Desmosedici GP15.
Este fim de semana, no Qatar ele rodou rumo a uma impressionante primeira pole position de 2015 para apresentar o que promete ser um emocionante início de Campeonato do Mundo de MotoGP™.
A volta brilhante de Dovizioso em 1:54,113s garantiu-lhe apenas a terceira pole na categoria rainha em 125 tentativas.
Após apenas oito dias de pista, Dovizioso colocou a GP15 no topo das tabelas de tempos no recente teste no Circuito Internacional de Losail. E desde o primeiro dia em pista na Malásia, no mês passado, a Ducati pareceu ser a moto competitiva que a marca italiana procurava desde que Casey Stoner dominou o primeiro Campeonato do Mundo de 800cc em 2007.
É verdade que a opção de usar o pneu Bridgestone traseiro mais macio para os frenéticos 15 minutos de qualificação foi uma vantagem crucial para a Ducati.
Mas a GP15 não é apenas uma maravilha de uma volta que é muito rápida com borracha macia.
A FP4 mostrou que Dovizioso tem a velocidade necessária ao longo da distância de corrida com pneus mais duros para dar muito que pensar a Marc Márquez e Dani Pedrosa, também eles na primeira linha da grelha.
Dovizioso foi segundo na FP4 atrás do colega de equipa Andrea Iannone, que também mostrou velocidade muito consistente depois de recuperar bem de forte queda na Curva 2 na noite de sexta-feira.
As dúvidas mantém-se. A moto ainda não foi usada em corrida e será um passo rumo ao desconhecido quando a corrida tiver início na noite de domingo.
É preciso não esquecer que a GP14 da época passada podia qualificar-se bem e que Dovizioso, Iannone e Cal Crutchlow garantiram entre si 11 presenças na primeira linha no ano passado.
Mas na corrida a Ducati acabava sempre por perder por uma combinação de sobviragem, redução de aderência e fadiga do piloto devido ao esforço que era necessário para manter a moto num ritmo rápido. Essas 11 partidas da primeira linha foram convertidas em apenas três pódios.
Poucos duvidam que Dovizioso é quem está melhor posicionado para ajudar a Ducati a colocar ponto final na invencibilidade da Honda e Yamaha que se estende já há 89 corridas.
Mas não nos podemos esquecer de Márquez. O ritmo de corrida do espanhol tem sido o mais rápido e o mais consistente ao longo do fim‑de‑semana e apesar do brilhantismo de Dovizioso, o Campeão do Mundo parece estar em boa posição para somar os primeiros 25 pontos da temporada.
A falta de aderência traseira deixou mal Jorge Lorenzo e Valentino Rossi. Márquez ficou atrás de Lorenzo durante um bocado na FP34 e observou claramente os problemas de aderência traseira que estão a afectar Lorenzo.
Lorenzo disse que estava a lutar à entrada em curva, que a roda patina demais à saída e de uma surpreendente falta de velocidade em recta. Não se falou em pódio ou na luta pela vitória. As suas modestas expectativas são terminar como melhor Yamaha.
Mas a noite pertenceu claramente à Ducati.
Três Ducatis nos cinco primeiros, com Yonny Hernández a garantir a primeira, e seguramente não a última, surpresa na qualificação ao assegurar o quinto posto.
De todas as concessões que são permitidas à Ducati enquanto construtor sem uma vitória nas últimas épocas, a opção do pneu Bridgestone mais macio é a mais importante, nomeadamente em qualificação.
Se a Ducati vencer três corridas no seco esta temporada, então esse pneu é-lhe retirado.
Provavelmente Dovizioso nunca quis tanto deixar de ter alguma coisa na sua vida!
Depois de terminado o grande prémio do Qatar, a Ducati não poderia estar mais orgulhosa, na medida em que alcançaram o 2º e 3º posto. Ninguém estaria à espera desta performance. Parabéns Ducati.
Sem comentários:
Enviar um comentário