Para os seus criadores, a Gogoro Smartscooter é mais do que uma scooter, é um conceito de mobilidade urbana tirando partido da mais recente tecnologia. Sendo os seus fundadores Horace Luke e Matt Taylor, ex-Chief Innovation Officer e ex-Chief Technologist da HTC, não é de estranhar que a concectividade entre veículo e utilizador através do smartphone tenha sido uma prioridade.
A par da Smartscooter, a Gogoro apresentou também a sua rede de postos de troca de baterias, a Gogoro Energy Network, apostando assim numa forma mais rápida de ‘recarregar’ a scooter. Isto significa que em vez de ter que ligar a Gogoro à tomada, na garegem ou num posto de carregamento, basta trocar as baterias, algo que pode ser feito, depois de aprender o processo, em cerca de seis segundos, dizem os responsáveis da marca. As baterias são de iões de lítio, fabricadas pela Panasonic.
A Gogoro foi totalmente concebida de raíz, usa motor próprio, denominado Gogoro G1, de 6400 W, com refrigeração líquida, capaz de levar a Smartscooter a acelerar dos 0 aos 50 km/h em 4,2 s, atingindo uma velocidade máxima de 95 km/h. A Gogoro anuncia uma autonomia de cerca de 100 km a uma velocidade média de 40 km/h.
O quadro é um monocoque construído em alumínio, denominado Aeroframe, e nas suspensões usa soluções pouco habituais, com um mono-amortecedor traseiro montado num sistema com multi-link, enquanto na frente tem uma ‘forquilha’ com apenas um braço (como na Gilera CX do anos ’90, lembram-se? parece o trem de aterragem de um avião). Tendo isto em conta e o peso total de 112 kg, adivinha-se uma scooter ágil e prética para a cidade, já que conta também com um espaço de carga de 24,5 l de capacidade sob o assento.
A conectividade foi um ponto-chave no desenvolvimento da Smartscooter, e com o Gogoro iQ System que recebe informação de 30 sensores, a Smartscooter é sincronizada com a Gogoro app para o telefone, Gogoro Battery, GoStation e Gogoro Energy Network, permitindo ainda através da aplicação do telefone configurar vários items (acelerador adaptativo, regeneração na travagem, por exemplo), registar os dados de cada viagem (e carregá-los para a núvem) ou analizar padrões de condução para optimizar a utilização da energia. E claro, saber quando é preciso trocar as baterias e onde fica a estação de troca mais perto. E quando lá chegar, a tecnologia NFC (near field communication) encarrega-se da comunicação com a estação.
A Gogoro foi fundada em 2011, nos Estados Unidos, e desde então conseguiu angariar cerca de 150 milhões de dólares para este projecto, que viu finalmente a luz do dia no CES de Las Vegas. Ao preço de aquisição – ainda não foi divulgado, assim como não se sabe ainda se têm planos de comercialização na Europa (estamos à espera de uma resposta sobre este assunto) – acresce uma subscrição mensal para a troca de baterias e assistência em viagem.O projecto está em andamento e acaba de abrir a sua primeira loja, denominada Gogoro Experience Center, em Taipei, Taiwan.
Será uma prova de fogo para esta startup, já que nesta cidade existem quase tantas scooters como pessoas, ou seja, cerca de 7 milhões. Aproveitando o facto de o município querer baixar os níveis de poluição desta cidade asiática, com incentivos ao abate de scooters com motor de combustão por troca por scooters eléctricas, a Gogoro conseguiu uma parceria com o governo local. Assim, vai abrir uma loja e inaugurar a sua primeira Energy Network, e também a GoStation, a rede e o dispositivo para troca de baterias.
Para os responsáveis da Gogoro isto é apenas o princípio, e esperam abrir novas lojas em muitas outras cidades, especialmente naquelas onde o trânsito e a poluição são sérios problemas.
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