segunda-feira, 30 de março de 2015

MOTO GP 2015 (QATAR) - TRIUNFO SENSACIONAL DE ROSSI



O italiano Valentino Rossi (Yamaha) conseguiu hoje a 109.ª vitória da carreira, ao triunfar no Qatar, primeira prova da categoria de MotoGP do Mundial de motociclismo, na qual o campeão em título, Marc Márquez, foi quinto.
No circuito de Losail, Rossi, de 36 anos, impôs-se, num final emocionante ao seu compatriota Andrea Dovizioso (Ducati), para assinar o 83.º triunfo na categoria principal.

A primeira corrida do Campeonato do Mundo de MotoGP™ de 2015 abriu um panorama totalmente diferente do que se verificava no final do ano passado. Se na altura Marc Márquez tinha reclamado todo o protagonismo pelo seu incontestável domínio da categoria rainha, neste arranque de temporada os acontecimentos desenrolaram-se de forma bem diferente.

Tudo começou a mudar quando se apagaram as luzes do semáforo no Circuito Internacional de Losail. Após brilhante partida de Andrea Dovizioso desde a pole position com a nova Ducati GP15, era este, o seu companheiro de equipa Andrea Iannone e Jorge Lorenzo quem assumiam as rédeas da corrida, enquanto Márquez cometia erro inicial que o relegava para a última posição. A partir daí o Campeão do Mundo deu início a uma das suas habituais recuperações sem dó nem piedade, deixando Álvaro Bautista fora da corrida por acabar por ficar sem travões na sua Aprilia ao tentar suster o homem da Repsol Honda.

Alheios a tudo isto, na frente da corrida Dovizioso e Lorenzo trocavam de posições enquanto Iannone observava a escassos metros e Valentino Rossi se aproximava do trio da frente com a segunda Yamaha de fábrica, garantindo pelo caminho a melhor volta da corrida.

Sem saberem de certeza se Márquez seria capaz de alcançar a frente da corrida, os que lideravam protagonizavam uma das provas mais emocionantes dos últimos anos.

Com o passar das voltas, tanto Lorenzo como Dovizioso trocavam de posições na liderança, até que aos poucos Rossi se colava às rodas de ambos. “The Doctor” tornava-se cada vez mais competitivo até ao ponto de, no final da corrida, Lorenzo e Iannone não terem como evitar que os italianos lutassem pela vitória.

Enquanto isso, Márquez não tinha como os alcançar, depois de ter passado o colega de equipa Dani Pedrosa que se debatia com problemas físicos no braço, algo que vem já do ano passado como acabou por confessar à imprensa.

As últimas voltas foram repletas de emoção. Pela primeira vez em muito tempo o invencível Márquez não contava para a vitória e esta era decidida entre o nove vezes Campeão do Mundo e o seu compatriota, muito beneficiado pelo rendimento da nova moto que estreou no penúltimo teste de pré-época. A última volta colocou à prova o ritmo cardíaco de qualquer um. Desde meio da corrida Rossi conseguiu meros metros de vantagem na zona mista do traçado de Losaisl, mas quando chegavam à recta da meta a Ducati imprimia tal andamento que fazia recordar a poderosa estreia de Casey Stoner com a máquina italiana nos idos de 2007. E Rossi também sofreu nesse mesmo dia.

Rossi deu o máximo na última volta para lograr alguns metros de vantagem que acabaram por lhe dar a mais doce das vitórias, com Dovizioso e Iannone a ladearem-no num pódio totalmente italiano, com pilotos felizes e com duas marcas que recuperavam a esperança de destronar a Honda.

A vitória de Rossi surgiu depois das duas conseguidas na época passada. Mais importante ainda, o italiano sai assim do Qatar como líder do Campeonato do Mundo, algo que não acontecia desde o início da época de 2010, quando se impôs a Lorenzo.

É incrível ver Rossi com este nível de rendimento no início da sua 20ª temporada no Mundial. O triunfo em Losail, o quarto na pista, igualou os conseguidos pelo imperador da pista do Deserto, o retirado Casey Stoner.

"Foi, para mim, uma das melhores vitórias. A moto estava fantástica e eu nunca desisti. Foi uma luta com as Ducati e com as Honda, que estão muito fortes", afirmou o piloto italiano.

O também italiano Andrea Iannone (Ducati) completou o pódio, relegando para a quarta posição o espanhol Jorge Lorenzo (Yamaha), que liderou a prova durante várias voltas.

A primeira prova do Mundial fica marcada por um pódio inteiramente italiano, algo que não acontecia desde o Grande Prémio do Japão de 2006.



Dovizioso: “Um resultado verdadeiramente especial”

A Ducati Team conquistou magnífico duplo pódio no GP do Qatar com Dovizioso em segundo depois de lutar pela liderança.

Andrea Dovizioso partiu para o primeiro Grande Prémio de 2015 da pole position e assumiu o comando da prova durante a primeira volta, entrando depois em emocionantes batalhas pela liderança, primeiro com Jorge Lorenzo e depois com Valentino Rossi.

O piloto da Ducati levou a melhor sobre o espanhol, mas no final da corrida não teve como travar o compatriota, cedendo a vitória por meros 0,174s.

“É um resultado verdadeiramente especial para a Ducati e para mim depois de tudo o que sofremos durante o último ano e é um prémio por todo o trabalho que fizemos para chegarmos a este ponto,” começou por afirmar Dovizioso.

“Não esperava estar tão competitivo na primeira corrida e o resultado de hoje é mesmo extraordinário. Quero agradecer a todos os engenheiros e pessoas em Bolonha que tornaram possível preparar a moto a tempo para o teste de Sepang 2 e aos mecânicos que trabalharam tantas horas durante este fim‑de‑semana e a todo o pessoal da Ducati Corse pelo empenho neste projecto. O Iannone e eu estamos muito contentes por termos levado a Ducati de volta ao pódio, mas acima de tudo creio que este é apenas um ponto de partida para o futuro.”




Depois de ter dominado as três primeiras sessões de treinos livres e de se ter qualificado na terceira posição da grelha a três décimos de Andrea Dovizioso neste Commercial Bank Grande Prémio do Qatar, o Campeão do Mundo de MotoGP™ Marc Márquez teve um início de defesa do título aquém do esperado.

Apontado como um dos favoritos ao triunfo, tal como o colega de equipa Dani Pedrosa, o piloto da Repsol Honda acabou por fazer uma corrida de trás para a frente depois de incursão por fora da pista na primeira curva. Márquez não chegou a cair e regressou à pista em último para recuperar 19 posições para terminar em quinto. O espanhol ainda tentou, mas acabou por ver, quase de primeira fila, o domínio inesperado da Yamaha e da Ducati no Qatar.

“Temos de estar contentes porque somámos 11 pontos muito importantes depois do que podia ter perfeitamente sido um zero,” reconheceu Márquez após o final. “Foi uma corrida muito dura, onde cometi um erro na primeira curva e acabei em último. Isso fez com que tivesse de recuperar, dando o máximo durante toda a prova, mas no final vi que não tinha como apanhar o grupo da frente. Fico-me com a satisfação de ter rodado com ritmo semelhante aos da frente. Em Austin vamos continuar a trabalhar ainda com mais vontade.”

Quanto ao 6º lugar, esse posto ficou nas mãos de Dani Pedrosa na segunda moto da equipa Repsol Honda, tendo o espanhol cruzado a meta a mais de 10 segundos de Valentino Rossi.

Após o final da corrida Dani Pedrosa convocou uma reunião com a imprensa sem direito a perguntas, onde revelou que está em grandes dificuldades físicas, nomeadamente devido a um problema de “arm pump”, problema que já o afeta há mais de um ano e que nem mesmo uma operação ajudou a resolver.

Pedrosa surpreendeu tudo e todos a revelar que, com efeito imediato, irá retirar-se da competição de MotoGP por tempo indeterminado com o intuito de curar este problema que o tem impedido de competir nas melhores condições, provocando muitas dores. De acordo com o piloto espanhol, a Honda está consciente destes problemas e já sabia da decisão de abandono temporaário.

Dani Pedrosa está assim em dúvida para o próximo GP, que se realiza na Argentina dentro de duas semanas, e tendo em conta as dificuldades reveladas pelo próprio, a paragem forçada deverá ser prolongada.

Resta saber se a Repsol Honda e o departamento HRC vão pedir a algum piloto que utilize a RC213V “factory” que Pedrosa estava a utilizar…

Quem também recuperou bem depois de uma má qualificação foi Cal Crutchlow (LCR Honda), que terminou a sua corrida de estreia com o protótipo japonês num saboroso 7º posto, o melhor das motos que não são inscritas por equipas de fábrica.

Nas posições seguintes terminaram as duas Monster Yamaha Tech3 de Bradley Smith e Pol Espargaró, enquanto o colombiano Yonny Hernandez (Pramac Ducati), após ter rodado nas primeiras voltas da corrida entre os melhores, acabou por conseguir pela primeira vez terminar no “Top10” ao ser precisamente o 10º classificado.

Outras notas relevantes do GP do Qatar: a dupla da Ecstar Suzuki, marca que este ano regressa oficialmente a esta competição, terminou em 11º e 14º, respetivamente Aleix Espargaró e Maverick Viñales.

O melhor piloto Open foi Hector Barberá (Avintia Ducati) no 15º lugar, enquanto a Aprilia RS-GP sobrevivente, a de Marco Melandri, acabou a prova de estreia no 21º posto, pois Alvaro Bautista, que como referimos ficou com a sua moto danificada após contacto com Marc Marquez, abandonou logo na primeira volta.


A próxima prova do Mundial, o GP das Americas, disputa-se a 10, 11 e 12 de abril, em Austin, no Texas.






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